«Não quero morrer»!
«Não quero
morrer». A frase, proferida por um doente com hepatite C, hoje, cara a cara com
o ministro da Saúde, no Parlamento, é um murro no estômago. O homem, de 50
anos, espera pelo medicamento desde 2013. Entretanto guerras entre Estado e
farmacêuticas são colocadas em plano superior. O valor da vida parece não existir para quem tem na mão a capacidade de fazer a diferença.
Há cinco dias, uma doente, nas mesmas circunstâncias, morreu no hospital de
Santa Maria, em Lisboa. Aguardava igualmente o medicamento que lhe permitia
manter-se viva. Em Portugal há 13 mil doentes. O medicamento custa entre 24 e
48 mil euros. O ponto a que chegamos neste país devia envergonhar todos aqueles
que deviam proteger ao máximo os portugueses. Mas os que recorrem ao Serviço
Nacional de Saúde, aqueles cuja vida depende de um simples fármaco que dita a
luta entre a vida e a morte, esses agarram-se ao impossível, numa batalha sem fim e que corrói tremendamente.
Comentários