2013. Portugal revisitado em tempos de Troika.


Em 2013, o clássico da carga fiscal prosseguiu caminho nas nossas vidas, sobretudo nos bolsos de quem já pouco tem e que viveu, no último ano, com menos rendimento disponível.
O agravamento do IRS, o corte nas pensões e dos subsídios foram a grande nova anunciada pelo então ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
Logo em Abril, a taxa de desemprego atingia o recorde negro de 17,8%, como se previa. Durante todo o ano de 2013, assistimos ao aumento das desigualdades sociais, ainda que a economia portuguesa, aqui e ali, tenha mostrado sinais positivos, ainda que muito ténues.
A meio do ano, dá-se a grande crise no interior do Executivo com as saídas dos ministros Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira e do tão «amado» Miguel Relvas. O desgaste era visível, por razões distintas, nos três governantes. Mas a grande surpresa (ou nem tanto) para animar a pré-silly season, foi a demissão do então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, tida, pelo próprio, como «irrevogável» mas que, sem a mínima vergonha e respeito ante os portugueses, recua e ainda sai do circo que montou com a bela da promoção a vice-primeiro-ministro e n.º 2 do Governo de coligação.
De seguida, de swap em swap (contratos de alto risco), fomos sabendo que a fiel seguidora de Vítor Gaspar, e sucessora na pasta, Maria Luís Albuquerque, andou metida no embrulho, arrastando com ela mais três secretários de Estado.
Ao longo de todo o ano ouviu-se mais do que nunca a Grândola do nosso querido Zeca, as manif’s foram em catadupa, a par das greves. O Parlamento foi, sem dúvida, o símbolo onde os portugueses depositaram, em 2013, não só a sua ira mas também as suas esperanças num País que viu sair 120 mil portugueses rumo ao estrangeiro.
Já em Outubro, o famoso guião da reforma do Estado, voltava a colocar Portas debaixo de fogo. Diga-se, a propósito, que o vice-primeiro-ministro assumiu, desde a primeira hora o documento como bandeira (até pessoal). Saiu-se mal, além de curto, revelou-se um grande flop.
2013 também não acabou nada bem nas relações diplomáticas entre Portugal e Angola. Rui Machete, actual ministro dos Negócios Estrangeiros, meteu o pé na argola com declarações pavorosas sobre negócios de empresários e dirigentes angolanos em Portugal.
No final de Setembro, o PS ganha as autárquicas tendo as urnas reflectido (e de que maneira) o descontentamento que lavra em relação ao Governo. Umas eleições marcadas pela ascensão das candidaturas independentes, com Rui Moreira (no Porto) a ser o símbolo maior dessa conquista.
Bem sabemos que 2014 não nos dá grandes expectativas, mas esperamos sempre que os nossos sonhos se concretizem.

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