Um burgo doentio sem marinheiro que endireite o barco.

Numa espécie de corrida de loucos, entre cartas, reuniões, pressões e decisões que têm de ser tomadas para que, rapidamente, a próxima fatia da ajuda externa entre nos cofres do Estado português, tenho a sensação que cada vez mais estamos reféns de nós próprios. O Governo perde o norte, não explica onde e como vai cortar [limitando-se e limitando-nos, como sempre, às medidas consumadas], o líder da oposição tornou-se num verdadeiro camaleão que quando está no Largo do Rato e em périplo eleitoral pelo país rasga o Memorando que o seu partido assinou, mas quando recebe os homens da Troika e vai a São Bento fazer parte do problema, cala-se, bem caladinho, reunindo os jornalistas pé-de-microfone para dizer...«nada». Enquanto isso, vemos um Presidente em verdadeira festa por Bogotá, que quando mete os pés fora das fronteiras se transfigura, animado, que fala de tudo e nada, com disparates aqui e ali e a proferir discursos oratórios escritos há muito, alterando apenas os protagonistas. Enfim, estamos resumidos ao caminho diário que temos para percorrer. Trabalhemos os que ainda têm trabalho, lutem aqueles que precisam seriamente de trabalho, e colectivamente ignoremos esta fantasia em que estamos metidos, porque, uma coisa é certa, a morte virá e os nossos sorrisos não terão oportunidade de rasgarem o rosto.

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