TSU: o inevitável não é necessariamente bom.


Quando Vítor Gaspar chegou ontem ao Conselho de Estado a convite do Presidente da República, Cavaco já tinha a situação da TSU resolvida. O Presidente, que nas últimas duas semanas, e como confirmou o Público ontem, se mexeu nos bastidores junto do Governo e da concertação social, queria uma garantia: estabilidade social e política na austeridade. A queda da TSU em Belém prova que a coligação continua fragilizada e a verdade é que o casamento entre Pedro Passos Coelho/Paulo Portas e os portugueses acabou. Todos sabíamos que uma crise política neste momento podia significar um agravamento do programa de assistência financeira a Portugal. Só um louco pode achar que a queda do Governo é benéfica para melhorar a situação de vida de todos nós. Por isso, as manifestações que temos visto, são legítimas? Mais do que legítimas. São necessárias? Mais do que necessárias, imperiosas. Mas uma coisa é o protesto e a indignação. Outra, bem diferente é a irresponsabilidade. Aos que defendem a queda do Governo, deixo uma pergunta: que alternativa temos nós, em termos políticos, numa situação hipotética de eleições antecipadas? António José Seguro? Jerónimo de Sousa? Francisco Louçã? A questão é exactamente esta....

P.S. - Posso estar muito enganada, mas a alternativa à TSU vai ser pelo corte de subsídios, no privado e no público. E não é essa a equidade que o Tribunal Constitucional defende? Os que agora consideram que estávamos mal, não se preocupem, que para além das outras medidas contra as quais ninguém se pronunciou - com a reestruturação das tabelas do IRS - e afins, ainda vou ver muito boa gente a ter saudades da TSU...

Comentários

Anónimo disse…
não, não é a equidade que o TC defende. essa é a conversa do goveno pour epater les burgeois

moura ramos já esclareceu que uma das maneiras era ir aos rendimentos financeiros e patrimoniais e não aos do trabalho em exclusivo.

Mensagens populares