A morte pode mesmo sair à rua.



Sabíamos que a meta dos 4,5% dificilmente seria cumprida em 2012. Mas a notícia trazida esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística é um verdadeiro inferno. A quebra na receita fiscal agravou o défice para 7,9% no primeiro trimestre. E cada vez será mais difícil num país que respira mal, que não tem dinheiro, que não consome, que ganha mal e que tem mais de um milhão de desempregados. Passos Coelho faz mal em rejeitar categoricamente a renegociação do Acordo com a Troika. Vamos precisar de mais tempo e mais dinheiro. Só é pena que, como já disse inúmeras vezes, os senhores forasteiros não venham investigar as fraudes de 100 milhões do SNS ou a despesa pública que continua a engrossar sem necessidade. A receita da austeridade, concordo, não funciona muito tempo. E podia funcionar. Mas no caso de Portugal o tempo é o nosso pior inimigo porque já devíamos estar noutro patamar, sobretudo para poupar os cidadãos a demasiado tempo em crucificação. Estamos entre a espada e a parede porque tudo o que foi feito, tinha realmente de ser executado. O problema é que o aperto do cinto foi mais grave que todos os apertos que o país sofreu nos últimos 40 anos. E emagrecer em tempo recorde já se sabe onde conduz: à anorexia aguda e, em seguida, à morte. 

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