Greve Geral. A (s) verdade (s) que não nos chega (m).

A Greve Geral de hoje foi o que se esperava. Decorreu, apesar de tudo, dentro do esperado, no que respeita à adesão prevista. Não me importam os números. Importa-me que o direito constitucional foi exercido de forma democrática. Incomoda-me mais outro tipo de atitudes de alguns grevistas - anti-democráticos - que se acham no pleno direito de criticar os que, livremente, trabalharam. Pior ainda: incomoda-me as consciências silenciosas que não dizem, em voz alta, que quem trabalha «é um energúmeno». Porque, sabemos bem, é isso que pensam. Os direitos valem para os dois lados. Devem ser exercidos. Sem atropelos de nenhuma das partes. Quanto às alegadas agressões policiais, hoje, em Lisboa, numa manifestação no Chiado, duas questões. A primeira prende-se com a carga policial. Se as autoridades avançaram para cima de civis e profissionais da imprensa, do nada, o Ministério da Administração Interna, tem de abrir um inquérito para apurar responsabilidades. Porque as bastonadas têm rosto. Mas se, por outro lado, houve provocação dos manifestantes e se foram ultrapassados limites de comportamento na via pública que justificou a actuação excessiva, então a polícia fez o que lhe competia. Nestas situações, sabemos bem, não há virgens ofendidas inocentes, nem de um nem de outro lado. O pior, de quem observa, como eu, é ficar na dúvida sobre o que realmente aconteceu. Porque as bastonadas não provam rigorosamente nada. Nomeadamente, as causas que motivaram as consequências. 


Nota: E acrescento o comentário do Politólogo Adelino Maltez, na sua página do Facebook: «Ouço alguns comentadores que muito respeito e temo que a cultura pluralista esteja a desmoronar-se. Cada um de nós só vê o todo através da nossa parte. Nenhum é especialista em contactos directos e imediatos de primeiro grau com todo. Cada um só vê o mundo através da sua perspectiva, da sua concepção do mundo e da vida. Logo, se eu quiser atacar a força do sindicalismo comunista, tenho que ser sindicalista e conquistar no terreno das adesões. Mas eu sou antiquado, não sou do século XIX, sou do século XVIII. Por isso posso estar mais perto deste século XXI. Sou mesmo um velho liberal que não gosta de neolibes nem neocons...».

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