Socialistas preparam estratégia do novo ciclo político

José Sócrates espera que o próximo congresso do PS seja clarificador do ponto de vista político e apela aos socialistas para que sejam apresentadas diferentes ideias para o debate interno. O Congresso do PS, entre 8 e 10 de Abril, no Porto, vai voltar a manter Sócrates como secretário-geral do PS.  Platonismo Político questiona apenas o seguinte: «congresso clarificador»? Onde, se o único candidato, natural, é o próprio José Sócrates? Era o tempo de António Costa aparecer. Mas...o tempo corre devagar. Esperemos que o actual edil lisboeta não venha a sofrer do mesmo síndrome de António Vitorino e Marcelo Rebelo de Sousa... O PS sabe que este é o tempo de analisar o ciclo político que se abrirá. Não terá vida fácil, como sabemos. Mas a estratégia também só terá sucesso ou fracassará dependendo das pessoas certas para conduzir esse tempo político que se avizinha.

Comentários

Diogo Martins disse…
O Partido Socialista irá a este congresso declarar a continuidade dos cuidados paliativos e quase todo o aparelho tem essa consciência. E como num qualquer hospital, diferentes são os pensamentos dos que se abeiram à cama do enfermo: uns, chorosos, vêem o seu projecto a ruir, o Socialismo tão moderno que criaram deslumbrou-se com o ritmo alucinante dos tempos modernos, a tal ponto que ainda ontem saiu da maternidade e já hoje está a um suspiro da morgue. Estes estão inconsoláveis e certos do fim próximo do seu ente querido, mas acenam afirmativamente perante a introdução dos químicos, que lhe adiam a morte. Outros, os que por ele quase haviam sido proscritos e deixados fora dos almoços e dos jantares de família, olham maliciosamente para o seu travesseiro, pensando o quão fácil seria pressioná-lo contra a face do moribundo e prazerosamente contemplar a sua agonia. Pensam, pensam, mas não o executam. Tal acto suscitaria mal estar entre a família e eles querem regressar ao seu convívio brevemente. Em boa verdade, até aguardam por um fim mais faustoso: muitos espasmos, alguns jorros de sangue, demorados revirar de olhos, em suma, vis manifestações da derradeira hora, com as quais uma prematura almofada não se compadece. Assim, estes esperarão, não pacífica, mas avidamente, a vaticinada chegada do anjo da morte, seja ele Vitorino, Costa, Seguro ou até a sua mais sagrada representação, Maria, não a virgem, que tem já muitas beatas imprecações, mas uma outra, ou outro, que se apresta na sua filosófica torre de marfim. Assim gostaria esta ala da família, mas não parece que Deus, seja ele quem seja no partido do agnosticismo, o tome por seu emissário. Tal não prognosticam os oráculos dos canais de notícias e eu partilho do seu cepticismo. Deus poderá ser omnisciente, omnipresente e omnipotente – mas é sobretudo previsível.
Estes são parentes desavindos, é certo, mas comungam da mesma crença: a morfina que hoje aceitam não mais fará do que prolongar uma letargia a qualquer momento sentenciada. Por quem? Não ouso dizer o seu nome, esse meu acto conspurcá-lo-ia. Sou um mortal e não me está reservado o privilégio de designar uma entidade supra-divina, sumamente honesta e supremamente conhecedora. Sendo assim, retiro-me, não sem antes recordar que, se os Deuses não dormem, o que será de esperar de tão sublime ser? Vigília constante, receio ser a resposta.

Beijinhos à autora. (Desculpa por parasitar no teu blog).
Ana Clara disse…
Depois de uma análise destas, que mais há a dizer? Nada. Mesmo nada, Diogo! Pois que concordo com tudo o que aqui disseste! :) A ver se discutimos isto um dia...em jeito de tertúlia! :)

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