Parte I - Um Minho que nos abraça!


Três dias por um Minho à nossa espera. Deslumbramento por uma Peneda-Gerês que nos abre os braços mesmo na sua altitude de 1400 metros. Começa aqui um espaço de memória histórica de quem pôde contemplar o melhor que o País tem e que muitos não conhecem.
Começamos pelo Soajo. Situada entre as serras da Peneda, Gerês e Amarela, é uma das aldeias mais históricas do Alto Minho. Percorrê-la é como entrar nos livros da História de Portugal. Ver ao vivo as brandas e inverneiras* é evoluir no conhecimento etnológico e patrimonial.
A aldeia do Soajo é também famosa pelo vasto conjunto de espigueiros erigidos sobre uma enorme laje granítica, usada pelo povo como eira comunitária. O mais antigo data de 1782. Estes monumentos de granito foram construídos na altura em que se incrementou o cultivo do milho e serviam para proteger o cereal das intempéries e dos animais roedores. As suas paredes são fendidas para que o ar circule através das espigas empilhadas. No topo são geralmente rematados por uma cruz, que significa a invocação divina para a protecção dos cereais. Parte destes espigueiros são ainda hoje utilizados pelas gentes da terra.

*A branda é um espaço de uso mais sazonal, com uma ocupação secundária, conectada sobretudo com os usos agrícolas e pastoris de Verão, por oposição à inverneira tradicionalmente de cariz mais permanente. Ocupam geralmente cotas de terreno acima dos 600 metros, substancialmente mais altas que as inverneiras a que se associam.

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