As fragilidades de Sócrates


«José Sócrates inicia este mandato como primeiro-ministro fragilizado politicamente. Pela primeira vez na democracia portuguesa, um chefe de Governo vê diminuir de forma drástica a sua base eleitoral e parlamentar. Já houve executivos minoritários que se tornaram maioritários. Mas só agora assistimos ao fenómeno inverso. Sócrates acaba de tomar posse, mas já perdeu a pose. O mandato que agora inicia vai ser um verdadeiro inferno. Com o país a pedir reformas urgentes e sempre adiadas, o Partido Socialista irá apenas preocupar-se com a manutenção do poder. Para este propósito, contará com o auxílio ora do CDS, ora do Bloco de Esquerda. Estes dois partidos vão querer fazer render as suas recentes conquistas eleitorais e consolidar a sua diminuta mas crescente influência no aparelho de estado português. Iremos assistir à negociação parlamentar de muitos diplomas, com discussões de forte carga doutrinária. Mas, em simultâneo, e por baixo do pano, haverá muita negociata, muitas nomeações para lugares de Estado, muito tráfico de favores. Em benefício do Bloco e do PP, mas também do parceiro do bloco central de interesses, o PSD(...).»
Paulo Morais. Professor universitário. JN.

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