Adeus, João!


Ainda nem um ano passou desde que me «roubaram» o Torcato. Nesse dia, em que todos devíamos sorrir, não havia alegria que pudesse imperar. Era mais forte que nós.
O João, o seu grande companheiro e amigo de uma vida, encorajava-nos a não entristecer. Dizia-nos que nós só tínhamos de guardá-lo nas nossas memórias. Com carinho. Era isso que o Torcato havia de querer de nós, os seus meninos, a quem dava mimo mas a quem também puxava as orelhas quando fazíamos asneira.
Hoje, foste tu que partiste, João. Foste embora, de mansinho, durante a noite, sem avisar. O Sol que raiava na tua segunda cidade do coração enganou-me. Foi um traidor. Trazia consigo a triste notícia de te ter levado.
A doçura com que sempre me trataste, os conselhos que me deste, os avisos que me fizeste até ao fim — e os quais, tu próprio não cumprias — chegavam sempre com um sorriso nos lábios. O teu humanismo e amizade marcou qualquer um que teve a sorte de passar pela tua vida.
Hoje, levei mais uma facada. Daquelas onde mais dói. Daquelas que fazem mossa para uma vida inteira. O teu exemplo há muito que o retive. Tento esconder a tristeza. Tento encarar a realidade com firmeza. Mas hoje sou fraca. Resta-me despedir-me de ti. Apenas aqui, neste planeta. Sei que te vou encontrar. E sei também que irás ao encontro do nosso Torcato. Até já, João. E dá um beijo meu ao Torcato.

Comentários

Anónimo disse…
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
JN disse…
Fui apanhado de surpresa esta manhã. Solarenga. Mas que, com a notícia da tua partida, ficou imediatamente cinzenta. Pesada. Não te conheci bem, mas conheci o suficiente para gostar de ti. E, sobretudo, para te respeitar. Como Homem e como Jornalista, companheiro desta «maldita» profissão. Conhecia o teu amor à vida e, especialmente, a esta profissão que honravas como poucos. Cruzámo-nos algumas vezes (recordo a Ribadouro, depois de um Sporting/Académica, em Alvalade, e num resturante italiano nas traseiras do desaparecido Independente, bem como umatarde, no Largo de Santa Marta, qando, com a tua filhota ias ao Mini Preço). Falámos, trocámos impressões, fumámos cigarros. Um vício que não conseguimos «matar». Vi e ouvi como falavas com a AC, tua antiga «aluna» no Público. Os conselhos sábios que lhe davas. Mais tarde tua «filha» n'A Capital. Partiste Companheiro. Fica o teu exemplo. Para todos os que ficamos. Ficamos mais tristes e mais pobres. Ficamos com a tua memória. Até já. Até sempre
Anónimo disse…
estamos todos em choque mas nada que nos impossibilite de o esquecer. havemos de nos encontrar todos, seja isso onde for

luís

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