As «Finanças Ocultas» de que ninguém quer falar


Vale a pena ler, com muita reflexão, o artigo de hoje de Paulo Morais no «JN». Ficam alguns excertos. As palavras deste Professor Universitário poupam-nos, infelizmente, qualquer comentário adicional.

«Com três eleições à porta, já se adivinham os milhões gastos em propaganda. Não vai haver crise nas campanhas eleitorais, pois no financiamento partidário nunca faltam meios nem financiadores. O que escasseia, e muito, é transparência nos seus mecanismos. Nas eleições europeias, mas sobretudo nas legislativas e nas autárquicas, partidos e candidatos não se pouparão a despesas, derretendo milhões em cartazes, festas, comícios e outras megaproduções. A que acrescem os serviços de jantares de vitela assada para milhares, mas em que só alguns (muito poucos) pagam. Há ainda a contratação de empresas de comunicação, encomendas de sondagens e todo um rol de custos inimagináveis e, sobretudo, ilimitados. Apenas uma ínfima parcela destas despesas é suportada pelo Orçamento do Estado. A larguíssima maioria dos fundos que financiam este regabofe tem uma origem secreta e obscura. Assim convém aos diversos actores do sistema. Interessa aos partidos, que desta forma não têm de explicar ao eleitorado os compromissos mafiosos de que se tornam reféns. Favorece os angariadores de fundos, que dominam todo o circuito. São estes que lucram de forma escandalosa, acumulando fortunas obscenas, pois no processo de angariação retêm para si comissões que chegam a atingir valores de 40 por cento. Se em cada 100 mil euros arrecadados, apenas entregam ao partido 60 mil, facilmente se explica o seu enriquecimento meteórico».

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