E ao terceiro dia...Manuela disse ao que vem


No último dia do Congresso do PSD, que visou a entronização da líder, Manuela disse ao que vem e para onde quer ir. Numa entrada, sem pompa nem circunstância, bem diferente das de outros líderes, a presidente do PSD fez um discurso sereno e cirúrgico. Mesmo sem especificar grandes linhas de ideias, tocou no essencial: Educação, Justiça, Saúde, política fiscal, obras públicas e reforma do Estado. Prometeu ouvir as críticas internas — de Passos Coelho e Santana Lopes — , diz esperar «contar com todos» e assegurou que, com ela, o PS vai ter oposição à altura.
Em Guimarães, Manuela não deu azo a erros. Falou sempre primeiro ao Congresso. Colocou os jornalistas à margem. Faz lembrar os tempos do «cavaquismo» em que as estratégias, os pensamentos e as propostas se cozinham em privado. Manuela recupera assim o «habituem-se» de António Vitorino, no PS. E tem um ano para provar ao País que é mais capaz que Sócrates. Para mostrar que o PSD tem condições de ser poder e Governo. Resta saber se aguentará a pressão.

Nota Positiva — Pedro Passos Coelho. Conseguiu ser a cara de uma oposição interna séria. Sem demagogias nem ataques pessoais e políticos. No fim, obteve ainda a proeza de eleger 16 conselheiros nacionais. O partido conta com ele daqui a uns anos.
Nota Negativa — Pedro Santana Lopes. Optou pelo estilo de sempre, a vitimização e o mediatismo de quem o conhece. Sem palco para brilhar nem para ser o animal político do costume, teve um discurso sem substância nem conteúdo, que serviu apenas para dar lições de «ética» a António Borges, Morais Sarmento e Arnault.

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